segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Cemitério Maldito (1989)


Bom, premissa indiscutível: a comparação entre o veículo impresso e sua adaptação cinematográfica é inútil. Isto é uma constatação. São veículos diferentes, ora bolas! Com tudo isso, a inutilidade muitas vezes se faz necessária por ser demasiadamente usual. Então vamos lá: o livro de Stephen King te puxa pelas bolas. A trama se desenvolve de tal maneira que a falta de profundidade, no que diz respeito ao aspecto humano, passa quase batida - isso apesar da loucura crescente do protagonista ser um dos fatores chave para sua interpretação.


 Já no filme, toda a minúcia referente aos sentimentos humanos torna-se mais rasa ainda. E quem disse que complexidade na formação de personagens é necessária para se fazer um bom filme de horror? O filme é do caralho. Ao escrever o roteiro, o próprio Stephen King, parecendo ciente dos diferentes canais midiáticos com que trabalhava, acertou na mosca. Atuações canhestras não nos privam de uma obra que lida com tabus, quase óbvios, os transgride e muitas vezes causa arrepios muito mais contundentes do que os de muitos filmes de terror produzidos na década de 80, como os slashers que estavam muito em voga.



Montagem e iluminação eficientes, efeitos anos 80 - nada dessa digitalização que pasteuriza o cinema atual, são os vetores que transpassam com sucesso a trajetória de um pai que faria de tudo para manter seus entes queridos a volta.


Curiosidade: uma vez estive em uma palestra com a diretora do filme, Mary Lambert. Ela disse que, apesar de ser fã de Stephen King, apenas aceitou dirigir o filme pois Dee Dee Ramone, que era muito seu amigo, havia lhe dito que compusera uma canção para fazer parte do que seria a adaptação do livro (O Cemitério). Nada melhor que começar o blog com a mistura perfeita entre bom horror e o melhor rock'n'roll.

PS: Atenção ao padre de um dos funerais.


Hey ho,

let's go!