O filme, adaptado de uma peça de teatro, é por muitas vezes construído como tal. E isto não é um demérito, apenas uma constatação - uma vez que com "Quem tem Medo de Virgínia Woolf?", grande obra do cinema, acontece a mesma coisa. Fato é que filmes que optam por este padrão estético/narrativo devem tomar alguns cuidados que passariam batidos ao público do teatro - nisto a montagem tem tanta importância quanto o roteiro e as interpretações na criação constante de situações que prendam a atenção do espectador no cinema. "The Bad Seed", cujo título em português é um lixo, tem sucesso neste quesito mas peca por ser um pouco longo e por seu desfecho, que parece ter sido feito nas coxas de uma maneira que não condiz com o resto do filme.
Algumas pessoas mais sensatas talvez se irritem com a premissa apresentada de que a psicopatia pode ser exclusivamente genética. Lembrem-se que estamos falando de um filme de drama/horror dos anos 50 que sugere e/ou lida diretamente com certas questões que são grandes tabus: menos incesto e pedofilia, mais assassinato - e assassinato em que o autor é uma menininha.
"Tara Maldita" é um filme transgressor e à frente do seu tempo; como diz na sinopse acima, precursor do subgênero "crianças do mal". Merece todo o respeito.
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