Isto para falar que o canadense "Les 7 jours du talion" veio para marcar território num terreno já batido. O filme é bem interessante. De um ritmo plácido, a grande turbulência é, em sua maioria, desenvolvida na interpretação de Claude Legault, que supera expectativas.
A natureza reflexiva da obra fica bem explícita, e isso pode soar como um contra-senso, na bela escolha de metáforas relevantes para a desintegração e/ou desconstrução do que é considerado realidade e o subsequente auto-questionamento do protagonista - para isso basta lembrar, por exemplo, do viado morto em decomposição e das diferentes maneiras que ele é apresentado em momentos diversos.
Este filme é quase um ensaio sobre o vazio da existência. Que soe blasé, mas não há melhores palavras para descrever o que ele faz ao retratar a constante pulsão geral do ser humano que, como Bataille analisa com relação ao sexo em "O Erotismo", mais do que frequentemente resulta no nada. Desolador.
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