terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A Caixa de Pandora (1929)

A ascenção e a inevitável queda de uma jovem mulher amoral, no entanto ingênua, cujo erotismo indiferente inspira luxúria e violência àqueles ao seu redor.


Ótimo filme. Imperdível para amantes da sétima arte. As contribuições entre Louise Brooks e G.W. Pabst têm caráter icônico na história do cinema. E nem há um explicação lógica para isso. Certos acontecimentos são dotados de uma espécie de convergência que do acaso criam magia. Certamente "Pandora's Box" está à frente do seu tempo no tratamento usual de temas, uns mais e outros menos diretamente, muito espinhosos pra época como o homosexualismo, a prostituição, o incesto e a luxúria exacerbada. Não se deve esquecer que apesar de seus fins, há sim um ar de espírito livre para a posição da mulher na sociedade, levando-se em conta o machismo vigente. Também há uma certa complexidade na concepção dos personagens; como no caso do velho bêbado, meio pai, meio amante de Lulu. Nesta obra a sugestão, e não a certeza, é a regra.
No entanto, muito embora Pabst se mostre um exímio diretor de atores, extremamente detalhista com relaçao às questões que envolvem o cenário como um todo, isso incluindo figurinos, sombras e até fumaça em cena; deve-se considerar que ele está longe de ser um inovador e experimentador de técnicas cinematográficas da época, como é o caso de um Murnau, por exemplo.
A própria Louise Brooks não era uma grande atriz. E quem disse que se precisa ser uma grande atriz para se fazer história? Clara Bow, Marilyn Monroe, Jayne Mansfield e Brigitte Bardot estão aí eternamente para corroborar com a teoria de que a criação de mitos é algo para além da compreensão humana. O carisma destas figuras na tela, a maneira como a atenção do espectador é dragada para elas é algo divino que faz das questões profissionais meramente burocráticas. E a figura representada por Brooks, aquela da menina de cabelo chanel, de uma beleza pura e sexualidade andrógina que está no imaginário de todo cinéfilo, presumivelmente estará ligada ao trabalho de Georg Wilhelm Pabst para sempre. Fato.
Para fãs da eterna moçoila e do diretor alemão recomenda-se uma checada no documentário "Lulu in Berlin" que está divido em quatro partes no youtube.

Filme completo no youtube legendado em inglês.


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