Muito bom. Uma espécie de "produção da Hammer encontra Mario Bava e filmes giallo". A função metalinguistica é muito bem aplicada em "Madhouse". A questão do filme dentro do filme, auxiliada por um eficiente processo de montagem, potencializa situações e sentimentos importantes para a trama e chega, às vezes, a funcionar como uma verdadeira homenagem ao ator Vincent Price. E o cara está magnífico. Se por um lado a simpática maquiagem de um de seus personagens, o Dr. Morte, faz o espectador se perguntar até que ponto ela teria influenciado diretamente o "Horror Punk" e o "Black Metal"; por outro, a elegância de sua interpretação se esparrama em momentos como seu monólogo final, pouco antes de Paul Toombes tacar fogo no próprio corpo em cena angustiante.
E por falar em cena... o que dizer do embate entre Price e o sempre necessário Peter Cushing? Lembra "O Túmulo Vazio", filme no qual também há um confronto mortal entre dois outros ícones do cinema de horror, Bela Lugosi e Boris Karloff. Talvez a sensação despertada por tais cenas seja a mais próxima da associada à expressão "duelo de titãs".
No mais, se a autoria dos crimes em "Dr. Morte" sempre pareceu óbvia, ainda mais para fãs de filmes de terror, o prisma de loucura que reina no desfecho da obra é surpreendente. Aliás, certas situações que pareciam jogadas com desleixo no enredo - como a morte de um diretor deitado numa cama por um toldo e seu parco desenrolar, que irritantemente aparentava carecer de verossimilhança - passam a condizer com o todo, pois tal final põe em cheque tudo que o precedeu conferindo a todos os conflitos passados distintos e abertos pontos de vista.
Destaque para a música dos créditos finais, que aparece em outro momento do filme, pois da maneira como é inserida em determinado contexto ela passa a assumir relevância surrealmente bizarra.
Trailer sem legendas.
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