segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Ex Drummer (2007)

Três perdedores aleijados querem formar uma banda e pedem a um famoso escritor que seja o baterista. Este aceita a proposta e começa a manipulá-los.


Tinha tudo pra ser mais um filme "moderninho" no sentido pejorativo do termo. As inversões, e não as alternativas, com relação às convenções do dito "cinema clássico" começam na maneira inventiva como os créditos são colocados. Elas assim permanecem onipresentes durante todo o filme, seja nas posições espaciais nem um pouco usuais dos personagens em cena, fragmentadas por uma montagem nervosa, ou pelas colocações das câmeras, que traduzem um ponto de vista bem singular. Tudo se justifica conforme o tema principal da obra, a destruição, vai sendo demonstrado.
A gráfica sanguinolência, com direito a piroca gigante cortada sobre a mesa enquanto cadáveres com feridas expostas trazem reminiscências de seu passado ao espectador, não é gratuita. Aliás, nada é gratuito. Todo os movimentos de "Ex-Drummer" são justificáveis na demonstração caótica de um mundo onde o individualismo seria a única proteção e, quem sabe, razão de existir - e isso não por ser razoável, e sim a provável opção viável; afinal, o ser humano é um monstro sádico, canibal e mongolóide no meio de uma selva gélida.
Esta obra dá uma noção de como um filme mais contemporâneo pode trazer uma pitada de experimentalismo sem soar presunçoso. Boas atuações, que com toda a efervescência de ânimos dos personagens, mantêm um distanciamento quase frio deles mesmos - fator que realça os ápices de conflitos na trama; bom roteiro capaz de transpor uma qualidade quase lírico-musical para a tela; e pra completar, uma trilha sonora que, em vários momentos, tira músicas formidáveis da cartola. Enfim, experiência mais do que válida.

Trailer legendado em inglês


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