domingo, 5 de agosto de 2012

Alucarda (1977)

"Uma jovem chega a um convento após a morte de seus pais, fato que marca o início de uma série de eventos que liberta uma presença maligna na garota e na sua misteriosa nova amiga, uma enigmática figura conhecida como Alucarda".


Imagine o inferno de Bosch encontrando com "O Exorcista" lésbico e um cinema nunsploitation por Alejandro Jodorowsky, tudo isso condensado em pouco mais de uma hora: "Alucarda, La Hija de Las Tinieblas". Este filme mexicano do curioso diretor Juan Carlos Moctezuma se concentra mais em sucessões imagéticas, com mistérios ocultos em cada plano, que em pormenores narrativos. A consequência é uma obra de horror catártico.
A obviedade da questão Satã Versus Igreja se torna menor diante de vários méritos cinematográficos; dentre eles estão a precisa edição de som, que contribui para a ondulação crescente de histeria e as atuações pontualmente teatrais, que abrem caminho para o exagero dar seu tom ao caos.
Para concluir, um final apoteótico não é suficiente para Alucarda, que ainda brinda o espectador com uma das cenas mais assustadoras da história do cinema de terror: Justine, saída de um caixão onde boiava em sangue, de pé toda lambuzada pronta para o ataque. Sensualidade e morbidez em obra que mais parece um pesadelo despido e cru. Fantástico!


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