sábado, 14 de julho de 2012

Teenage Caveman (1958)


Um jovem homem desafia as leis de sua tribo à procura de respostas. O resultado de suas buscas acaba revelando mais do que ele imaginava.


É atribuída a Roger Corman a seguinte frase: dê-me dois figurantes e um arbusto que sou capaz de filmar a "Ascensão e Queda do Império Romano". O cinema deste genial cineasta e produtor americano representa bem tal máxima, onde o impossível fazia-se possível em busca de grana. É óbvio que obras do tipo das de Corman só poderiam ser construídas obtendo sucesso comercial no contexto histórico de sua época. Atualmente a maioria de seus filmes traz um gosto nostalgicamente ingênuo e divertido às almas ávidas do cinéfilo deslocado.
Este é o caso de "Teenage Caveman". É caricata a maneira como o "ato de questionar" é relacionado ao rito de passagem da adolescência para a idade adulta. Tudo em volta disto é muito exagerado na busca por ação em cenas onde maquetes malfeitas se misturam a animais de verdade simulando lutas entre monstros pré-históricos. Os figurinos são baratos e previsíveis; as atuações não são lá "essas coisas"; e gente fantasiada de feras nunca é assustador, mas quase sempre hilário. 
No entanto, nos idos tempos do reinado do Sr. Corman, parece que para obter lucro o cineasta independente precisava ousar de verdade - como exemplo de tal hipótese apresenta-se este filme que busca retratar era tão distinta dispondo de tão poucos recursos financeiros e técnicos.
E mais, para você que acha que o final de "O Planeta dos Macacos", feito 10 anos após esta obra de Corman, é fantástico e/ou revelador e/ou original, "O Adolescente Homem das Cavernas" é altamente recomendado. O desfecho do filme de 1958 vai além de mostrar o futuro como sendo fruto da destruição humana, pois ainda implica a este processo caráter cíclico. Muito bacana.
Como diz a letra da música homônima do grupo de rock Beat Happening, "Teenage Caveman" é o "clamor do selvagem" de uma longínqua estação em que o primitivismo de um cinema de guerrilha podia dar as mãos ao comercial e industrial sem que isso parecesse contraditório. Válido demais.
O único pesar é que a versão para download na internet parece ter as extremidades direita e esquerda do quadro cortadas; mas mesmo assim, dependendo do juízo de cada um, é melhor ver algo do que não ver nada.

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