sexta-feira, 20 de julho de 2012

Trilogia "August Underground" (2001/2003/2007)

Filmes snuff são grotescos para uns, nojentos para outros, singulares para outros tantos e ainda há quem os ache apenas bobos. Este post trata de "August Underground", série concebida por Fred Vogel da Toetag Pictures, discutivelmente a mais polêmica do gênero durante a primeira década do novo milênio. Maiores informações: http://www.toetagpictures.com/

August Underground (2001)

Dois "serial killers" filmam vários de seus assassinatos com sua câmera de vídeo. 


O primeiro filme da série de Fred Vogel estabiliza padrões um tanto quanto viscerais que seriam resgatados, com mais ou menos sucesso, nas duas sequências seguintes. A captação amadora está aqui e o rascunho do retrato de um sadismo doentio também.
Para um filme em que o grande mérito estaria no pseudo-realismo, "August Underground" peca por alguns efeitos de maquiagem obviamente "fakes", mas isso não tira o estranho impacto da obra. Seus dois protagonistas, tanto o que está com a câmera quanto o que aparece diante dela a maior parte do tempo, convencem nas suas interpretações de seres desviantes que escrevem sua rotina com tinta de sangue e este fato por si só já faz a experiência valer.
Destaque para a última sequência na qual duas mulheres se insinuam para eles tirando a roupa durante uma festinha privada: a trilha sonora é muito boa e seu decorrer é assustadoramente consistente sem que haja nenhuma violência gráfica.



August Underground's Mordum (2003)

Dois perturbados amigos se juntam a outra pessoa para cometerem assassinatos aleatórios. Dentre outras coisas, eles sequestram casais com o objetivo de torturá-los de todas as formas que o espectador possa imaginar.


Filmeco mais doentinho e inocente. Doentinho porque... bem, em determinada cena um cara copula com a ferida aberta na barriga de um cadáver, só pra dar UM exemplo. Inocente porque a impressão que se tem é que uma molecada pegou uma câmera de mini dv com o objetivo de registrar suas ideias atrozes para chocar a sociedade. Até que ponto eles conseguem escandalizar é muito subjetivo.
O mérito de August Underground's Mordum, segundo e melhor filme da série, está na completa entrega catártica de seu elenco. Isto, ajudado pelo gore realista e convincente, faz com que a obra alcance uma realidade quase palpável, "qualidade" rara em snuffs em geral. O espectador que se predispõe a este tipo de experiência sabendo do que se trata é fisgado.
Plus: a trilha, para fãs de Death Metal, é ótima e Cristie Whiles, a protagonista, é uma gracinha com curiosa aptidão para o vômito auto-induzido.




August Underground's Penance (2007)

"Penance" mostra o declínio sombrio dos dois assassinos sem nome do filme anterior que continuam a registrar suas loucuras em seus caminhos para a destruição.


"Penance" não é bom. É bem verdade que pro final melhora, deixando a relação sexo/violência, tão importante neste tipo de filme, mais evidente; mas aí o interesse do espectador já se dispersou. De resto, Cristie Whiles, que não aparece o suficiente, tampouco está morbidamente sexy como em "Mordum"; aliás, percebe-se uma entrega muito contida do elenco, o que somado aos bonecos em cenas de gore extremo, contribui para o clima "fake" não proposital e ineficiente desta produção.
A sensação de que esta sequência, como é comum quando o assunto é uma franquia cinematográfica, foi feita só pelo dinheiro está sublinhada na apelação para as cenas de alimentação animal. A falta de criatividade demente comanda e o frenesi caótico cede lugar ao tédio enjoado. Nem mesmo um breve relance de um show do bom grupo de rock “The Murder Junkies” consegue dar maior credibilidade ao filme. Um pena.




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