sábado, 30 de junho de 2012

Ilsa - A Guardiã Perversa da SS (1975)

Cruel comandante nazista  durante a Segunda Guerra, Ilsa realiza experiências de tortura em várias mulheres, utilizando-se da intenção de provar que elas têm maior resistência à dor que os homens. Com um comportamento beirando a demência, ela conduz suas teorias vis por meio do uso de métodos de extrema violência.
Também possuindo um apetite sexual descontroladamente voraz, Ilsa busca um homem que possa satisfazer seus desejos carnais e, enquanto não acha esse parceiro, castra aqueles que não lhe dão prazer. Ao encontrar um prisioneiro americano com grande controle sobre suas faculdades libidinosas, ele passa a ser a única esperança para todas as vítimas de Ilsa sobreviverem e escaparem do inferno do Terceiro Reich e de sua selvageria imoral.


Pilar do subgênero Nazi Exploitation (consultar Wikipedia para maiores informações), "Ilsa - She Wolf of the SS" é um filme de baixíssimo orçamento, porém nunca preguiçoso. Percebe-se que seus planos são intencional e cuidadosamente planejados e que cenas de violência em câmera lenta fazem recordar a criatividade Sam Peckinpah. Aliás, muito do horror gráfico mitologicamente atribuído ao filme é bem suave, quase sugestivo, se comparado a obras cinematográficas extremas do cinema moderno.
A grande questão de filmes como "Ilsa...", seu fascínio particular, assim como ocorre em "Salò" de Pasolini, reside na honestidade e sinceridade dos recursos visuais e narrativos usados para atingir seus objetivos. Estes filmes que se utilizam de regimes tiranos para ilustrar atos humanos atrozes tocam direto na ferida, às vezes literalmente.
Tal ferida está aberta até hoje, só que alguns preferem fingir que ela não existe cobrindo-a com um falho curativo. A erotização da violência faz parte da rotina. Hipócritas ou ignorantes a consomem diariamente pelas novelas, rádios, jornais, programas de humor e quaisquer outros veículos dos meios de comunicação de massa. Acontece que esta projeção se dá nas entrelinhas, numa área segura, para que este consumidor/espectador se sinta dentro da normalidade e, por consequência, no direito de julgar o que acha que não entende.
Obras como "Ilsa" são essenciais pois põem o espectador em contato com seu lado mais obscuro sem usar de subterfúgios. Levando em consideração algo tão extremo que beira o ridículo, e disso Buñuel entendia bem, rir e ter medo de si próprio encarando sua ambígua humanidade pode ser um processo quase catártico; no qual, no mínimo, se adquire um pouco de autoconhecimento.


Download: torrent legendado


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