sábado, 9 de junho de 2012

O Rei da Morte (1990)


"O segundo longa metragem de Jorg Buttegereit tem como protagonista principal a morte, naquele que é um dos temas recorrentes de todos os seus filmes. Uma menina vai escrevendo o seu diário "Der Todesking" ao longo de sete episódios que percorrem os sete dias da semana, intercalados pela imagem perturbadora de um cadáver flutuando que se vai decompondo. O poder da transgressão e da provocação assente nos fantasmas e receios mais profundos do ser humano."


Belíssimo. Poucos filmes são tão angustiantes quanto os de Jörg Buttgereit. Seu terror não é do tipo catártico, como numa montanha-russa na qual se leva sustos para depois dar risos de alívio; tampouco busca o choque pela repugnância. Buttgereit quer fazer o espectador pensar, através do autoral/artístico, sobre um tema perene em sua obra: a morte. "O Rei da Morte", filme lento e austero, expõe esta realidade, evitada pela maioria dos mortais, com toda sua inexorabilidade tão profundamente quanto um livro de Cioran. Obra-prima.


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